Ana, como muitas mães, se via em uma situação desafiadora. Seu filho João, de quatro anos, recusava-se a comer quase tudo que ela oferecia. As refeições, que deveriam ser momentos de união e prazer, estavam se tornando uma fonte de estresse. Ana se perguntava se isso era algo sério, se deveria se preocupar ou se era apenas uma fase.
Porque meu filho de 4-9 anos não quer comer comida?
João, como muitas crianças dessa idade, está começando a descobrir sua independência. A recusa em comer pode ser uma forma de exercer essa nova autonomia. Aos quatro anos, é comum que as crianças comecem a testar limites e a afirmar suas preferências, e a comida frequentemente se torna o campo de batalha para essa autoafirmação.
Além disso, o cérebro de uma criança nessa fase está se desenvolvendo rapidamente, e a seletividade alimentar pode ser uma resposta natural a essas novas experiências sensoriais.
Recusa Alimentar: Devo Me Preocupar?
Embora seja natural se preocupar, é importante entender que a recusa alimentar em si raramente é um sinal de algo mais grave, como autismo. No entanto, se a seletividade alimentar de João viesse acompanhada de outros sinais, como dificuldade em interagir socialmente, atrasos na fala, ou comportamentos repetitivos, poderia ser motivo para buscar uma avaliação mais aprofundada. Na maioria dos casos, porém, a seletividade alimentar é apenas uma fase do desenvolvimento. Para saber mais sobre a Avaliação Neuropsicológica para Autistas, consulte este recurso.
Estratégias para Lidar quando meu filho não quer comer comida
Ana sabia que forçar João a comer não era a solução. Então, ela adotou algumas estratégias simples, mas eficazes, para tornar as refeições menos estressantes e mais agradáveis.
1. Involva a Criança na Preparação dos Alimentos
Ana começou a levar João ao mercado, permitindo que ele escolhesse alguns alimentos. Na cozinha, ele ajudava a lavar e preparar a comida. Isso não só aumentou o interesse de João em experimentar o que ele próprio ajudou a fazer, mas também tornou o processo mais divertido.
2. Comemore Pequenas Vitórias
Cada vez que João experimentava um novo alimento, mesmo que fosse uma pequena mordida, Ana celebrava. Isso reforçava positivamente o comportamento de João e diminuía a pressão durante as refeições.
3. Estabeleça Rotinas
Com horários de refeições bem definidos, João começou a se preparar mentalmente para comer, sabendo o que esperar. Ana também reduziu os lanches fora de hora, garantindo que ele estivesse com fome nas refeições principais.
4. Dê o Exemplo
Ana passou a mostrar entusiasmo ao comer alimentos saudáveis. João, vendo a mãe desfrutar dos alimentos, começou a se interessar mais e a querer experimentar o que ela estava comendo.
5. Mantenha o Ambiente Tranquilo
Ana transformou a hora das refeições em um momento de calma e prazer. Sem tensões ou discussões à mesa, João passou a associar a comida com uma experiência positiva.
Considerações Finais
Com essas mudanças, Ana notou uma melhora na disposição de João para experimentar novos alimentos. Ela percebeu que, com paciência e as estratégias certas, as refeições podiam voltar a ser momentos de conexão e prazer, em vez de batalhas.
Se você, como Ana, está enfrentando a recusa alimentar de seu filho, lembre-se: na maioria dos casos, é uma fase que pode ser superada com tempo, paciência e uma abordagem positiva.
Se precisar de mais orientação ou apenas de alguém com quem conversar sobre o que está passando, estou aqui para ajudar. Podemos conversar a qualquer momento aqui
Referências
Healthline. (2020). What to Do When Your Toddler Won’t Eat: Strategies and Meal Ideas. Recuperado de Healthline.
Drauzio Varella. (2021). Distúrbios alimentares na infância podem impactar o desenvolvimento ao longo da vida. Recuperado de Portal Drauzio Varella.
Drauzio Varella. (2021). Come, meu filho!. Recuperado de Portal Drauzio Varella.